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Além de se preocupar em se estruturar internamente, as empresas também têm de se preocupar com as influências externas. Uma nova pesquisa da consultoria EY mostra quais são os maiores desafios fora das corporações para as empresas latino-americanas.
No recorte brasileiro, em primeiro lugar dois temas ficaram empatados: um é Mudanças na Demanda & Novos Hábitos de Clientes e Consumidores (32% dos entrevistados), empatado com Riscos Específicos do Setor (32%).
Logo atrás, na terceira posição, vem a preocupação com o Cenário Econômico Local (31%). Abaixo dos 30% estão Concorrência (29%), seja local ou global, e Reformas Tributárias (28%).
Mas a tendência é que o temor em relação a suas consequências aumente. “Ela ainda não ganhou a devida atenção dos executivos por considerarem que sua vigência começa a partir de 2026”, afirmou Victor Guelman, sócio-líder de Market e Business Development da EY Brasil. “No entanto, a preparação das empresas deve começar agora, devido ao impacto que vai além da área administrativa.”
No recorte América Latina, o Cenário Econômico Local e a Incerteza Política são os principais desafios (32% para ambos). Depois vêm Riscos Setoriais (28%), Mudanças na Demanda & Novos Hábitos de Clientes e Consumidores (26%) e a Entrada de Novos Concorrentes (25%).
A pesquisa Desafios e Tendências das Empresas em Latam 2024 ouviu 1.379 executivos e CEOs de dez países – Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
Segundo Guelman, vivemos um momento de incerteza devido à eleição presidencial norte-americana, que ocorre em menos de um mês (5 de novembro). “A eleição dos EUA, os conflitos geopolíticos recentes e os juros combinados com a inflação alta criam um cenário de investimento e capital restrito.”
INTERNOS
Outro momento da pesquisa levantou também os desafios internos das empresas. No Brasil, prevaleceram Melhorias (Operacionais-Produtividade-Custos), com 35%. Na sequência, Aumento da Fatia de Mercado (29%). Na terceira posição, três campos temáticos estão empatados, todos com 21%: Novos Produtos & Serviços, Transformação Digital e Transformação de Negócios.
Na América Latina, o principal obstáculo é o Aumento da Fatia de Mercado (29%), seguido das Melhorias (Operacionais-Produtividade-Custos), com 26%, Transformação do Negócio (25%), Transformação Digital (23%) e Gestão Financeira (18%).
Guelman ressalta que as empresas estão formando ecossistemas com setores que a princípio estão distantes do seu negócio principal para agregar e alavancar a marca. “Por isso, as empresas não vão poupar esforços e investimentos em tecnologias avançadas para os próximos anos.”
No Brasil, o cenário já é visível. Em relação às tendências globais mais importantes nos próximos três anos, os empresários locais destacam Inovação (88%) como a principal prioridade. Depois vêm Cibersegurança & Proteção de Dados (84%) e Produtividade Impulsionada pela Tecnologia (82%).
Em termos de ferramentas e soluções tecnológicas, para os empresários brasileiros inteligência artificial (88%) e cloud (84%) seguem sendo as tecnologias disruptivas para os próximos três anos.
Embora as lideranças brasileiras estejam focadas em melhorar o que já está sendo feito dentro de casa, Guelman diz que a pesquisa evidencia dois pontos importantes: a falta de maturidade digital e, consequentemente, a preocupação dos executivos em suprir essas demandas nos próximos anos para não ficar para trás.
No âmbito da América Latina, Cibersegurança & Proteção de Dados fica em primeiro (78%), seguida do foco na Inovação (78%), Produtividade Impulsionada pela Tecnologia (78%). Por último ficam os Dados como um ativo transversal a toda a organização (73%) e Adaptação às Novas Regulamentações (68%).
Na América Latina, as soluções de tecnologia mais citadas são análise (75%), big data (74%), cloud (74%), inteligência artificial (72%) e conectividade 5G (68%).
No recorte final da pesquisa, a EY perguntou às empresas qual frase reflete seu momento atual. Dos executivos brasileiros, cerca de 49% dizem que estão acelerando (crescendo e aproveitando novas oportunidades) e 23% estão reagindo à contingência (ou seja, adaptando-se ao novo cenário e reinventando o negócio).
Outros 18% estão avançando na nova realidade (implementando estratégias ou modelos de negócios no novo normal), enquanto 9% estão sobrevivendo (focando na continuidade dos negócios) e 2% estão esperando (que a incerteza política se dissipe antes de agir).
Na América Latina, tanto os que estão acelerando ou avançando na nova realidade somaram 32%. Depois vêm reagindo à contingência (21%), sobrevivendo (10%) e esperando (5%).
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